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sábado, 28 de agosto de 2010

Apoio ao Catequista - Jesus Cristo, centro da catequese (Catequese Cristocêntrica)

Segundo o documento Catequese Renovada (n 26), Jesus Cristo é a base da catequese, portanto a catequese é Cristocêntrica.

Diante desse contexto e dessa orientação temos de trabalhar a pessoa de Jesus Cristo em todas as fases, e em cada uma delas devemos apresentá-lo de uma maneira diferente.

Na Pré-catequese o lúdico é usado, apresentando Jesus Cristo como um herói que veio para transformar o mundo.

Na catequese de Eucaristia é comum nos referirmos a Ele exaltando o seu lado divino, contando a sua história, e mostrando sua importância para a igreja, exaltando sua presença viva na eucaristia, motivo maior da fase. Nessa etapa Jesus é apresentado de uma maneira ampla, intensa e consistente.

Na perseverança já se faz a analogia entre o homem Jesus e nós, filhos adotivos do Pai. Nessa fase já conhecemos um Jesus um pouco mais humano (não com as falhas humanas), que entende nossas angústias e nos propõe um compromisso real de vida. É nessa fase que devemos confrontar a proposta de Jesus com nossos objetivos...

E por último, na fase Crisma, apresentamos Jesus como o marco da história da humanidade, divisor do tempo (A.C e D.C.), princípio o fim...
Nessa fase celebramos o Cristo Deus e o Cristo homem. Nessa fase reafirmamos tudo que foi dito na Eucaristia e na Perseverança, exaltando a sua proposta, e propondo nova vida n'Ele e por Ele.

"Jesus esta vivo em nós e realiza através de nós. A missão d'Ele (anunciar a Boa Nova - evangelizar) agora também é nossa. Devemos ser seus imitadores. (I Cor 11,1)"

Sugiro dois tipos de encontros. Um voltado a missão de cada um, confiada por Deus, onde o foco é a parábola dos Talentos. O outro voltado ao compromisso de "Ser cristão nos dias de hoje".


Ambos devem trabalhar o método VER, JULGAR, AGIR e CELEBRAR.
(quem não conhece o método, faça o download do arquivo explicativo aqui)


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ENCONTRO  1 -  [Parábola dos Talentos (Mt 25,14-30)]

É bom pontuar na parábola:

1. O Senhor chama os servos e lhes confia seus bens (Ele não pergunta se o servo quer...)

2. O Senhor dá a seus servos conforme Ele acha que deva dar... A uns dá mais a outros dá menos... (Diante do Senhor todos os servos são merecedores de sua confiança se não Ele não teria lhes confiado nem um talento, no entanto, fica claro que o Senhor conhece a capacidade de cada um)

3. Dois servos trabalham com os talentos do Senhor a fim de multiplica-los..., o outro, com medo e acomodado, esconde seus talento. (Esse é o ponto forte da passagem... Os talentos são os dons que Deus no dá, gratuitamente, sem pedir que façamos alguma coisa com eles, pois o Senhor quer que voltemos para Ele, fazendo o que é bom, por conta e impulso próprio... - livre arbítrio)

4. E por último sobra o salário do trabalhador, a prestação de contas... (os que trabalharam com os talentos do Senhor foram exaltados e lhes foi confiado mais, já o outro...)

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ENCONTRO 2 - "Ser cristão nos dias de hoje"

VER

     - Questionar:

     1. Se Jesus viesse hoje ao mundo o que Ele faria?

     2. O que ele diria? Para quem?

     3. Quem seriam seus apóstolos e seus discípulos?

     4. Quem o perseguiria?

  
JULGAR

     - Refazer as perguntas confrontando e debatendo com base nas
     passagens(trazendo para os dias atuais), como segue:

     1. Se Jesus viesse hoje ao mundo o que Ele faria?
     (Anunciaria novamente a Boa Nova, pois ainda não o conhecemos...)
     (Mt 13,15-17)

     2. O que ele diria? Para quem?
     (Jo 14,6)
     (Ele veio para todos - em grupos "avançados" trabalhar também Jo 1,11-12)

     3. Quem seriam seus apóstolos e seus discípulos?
     (Mt 7,21-23 - Os verdadeiros cristãos)
     [Papa, Bispos, Padres... - apóstolos] - [leigos - discípulos])

     4. Quem o perseguiria?
     (Lc 11,23)


AGIR (usar método tempestade de idéias)

     - Questionar -> Que missão Jesus nos deixaria? Qual seria o seu conselho?
     O que teríamos que fazer?

     (Precisamos mudar de vida - Precisamos de conversão)  

     (Mt 10,26-32)

     - Como colocar em pratica essa missão?

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Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Abraços a todos

Carlos Garcia

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Resposta da Primeira Catequista

A Bíblia  nos diz muito pouco acerca de Maria, considerada pela igreja como a primeira catequista. Por outro lado, tudo que sabemos sobre sua vida aponta para o Seu amado Filho e Salvador. Ela também não disse muitas coisas; no entanto, disse uma palavra que mudou toda a História. Maria disse  SIM. Essa  pequena palavra veio do coração puro de uma mulher simples, que poderia ter dito não  com a mesma facilidade. Em vez disso,  Maria se entregou por completo a Deus que se dera primeiro a Ela.

O caminho de quem escolhe Deus implica em esvaziar-se de si mesmo e entregar-se a Ele sem reservas e sem questionamentos, como Maria.

Quando aceitamos o convite de Deus, nossa história pessoal muda para sempre e nascemos de novo.

Quando nos rendemos a Deus, passamos a viver a verdade, porque passamos a amar de verdade.

Assim como Maria deveríamos dar o nosso sim a Deus, pois o Seu sim nos ensina a diminuir, cada vez mais, a sermos pequenos, a nos mantermos ocultos, para que o Deus de amor possa, verdadeiramente, se manifestar em nós e através de nós, manifestar-se  nos outros.

O sim de Maria nos ensina a nos esvaziarmos de nós mesmos, de modo que possamos ser preenchidos com a presença de Deus em nossa vida.

O sim de  Maria deu origem a um cântico novo, um cântico de esperança, um cântico de júbilo – o Magnificat.  Esse cântico de louvor é uma resposta ao grande amor que Ela recebeu como resultado do Seu sim.

Maria escolheu o Senhor todos os dias, todos os momentos de sua vida e O revelou aos outros.

Temos de nos apaixonar por Jesus, assim como Maria. Devemos olhar para Maria e seguir o seu exemplo  e assim, transmitir aos outros, com testemunho, a presença de Jesus vivo em nós.

”Quero dizer meu sim, como tú Maria, como tudo, um dia, como tu Maria”

Texto de Maria Salomé Ventura - Co-fundadora da Obra de Maria - http://www.obrademaria.com.br
(adaptado por Carlos)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Nova Catequese diante dos Novos Desafios

Desde o Concílio Vaticano II a igreja se coloca de uma forma diferente diante de seus fiéis. As barreiras antes existentes em relação aos leigos são quebradas, e a igreja reconhece que, somente pela participação integral do povo, a igreja é capaz de cumprir a missão pela qual foi destinada.

Mais especificamente quanto a catequese, a CNBB no ano de 1983, em um impulso “profético evangelizador” já prevendo os dias de hoje, lança o Documento de no 26 - Catequese Renovada. Apesar de ter quase 30 anos, a proposta é tão inovadora e atual que até hoje as catequeses de todo Brasil sentem dificuldades em se adaptar a essa nova forma de agir e pensar que busca antes de tudo a vida dentro da catequese.

O Documento propõe que, catequistas e catequizandos deixem de lado o modelo de catequese sacramental e nos mostra que a catequese para ser eficaz tem de trabalhar primeiro a pessoa humana, buscando sua conversão e fazendo com que, a partir disso ela [ o(a) catequizando(a) ] se sinta verdadeiramente parte da igreja..., acolhido(a) pela igreja, como em uma família.

O documento ainda nos lança um desafio. Catequeses e catequistas devem deixar de lado a metodologia arcaica temporal onde catequizandos tem tempo específico para fazer o sacramento, com “cursos” pré-determinados, como em uma escola.

Primeiramente deve-se respeitar o tempo de Deus e o tempo do catequizando. Não é porque o(a) catequizando(a) está na 3ª fase da Eucaristia, ou na 2ª fase da Crisma, ele(a) vai receber o sacramento. Tem de se levar em conta o compromisso assumido, a participação durante os encontros, a preparação, e PRINCIPALMENTE acima de tudo, o entendimento espiritual do(a) catequizando(a).

O tempo de Deus é relativo. Não adianta prepararmos católicos e não prepararmos cristãos para viverem nesse mundo.

Hoje a missão do catequista vai muito além de ensinar sobre a igreja. O catequista deve ensinar o(a) catequizando(a) a viver a fé em sua vida. Somente quando o(a) catequizando(a) aprender isso, é que a hora do sacramento chegou.

O momento de fazer diferente chegou...

O mundo em que vivemos cada dia mais valoriza o “EU”, valoriza o momento e as experiências mais diversas possíveis. O “esperar”, a paciência, se tornou sinônimo de fracasso, quando na verdade, esperar é respeitar o plano de Deus em nossa vida e na vida do irmão.

Sim, temos de fazer a nossa parte e temos de dar tudo de nós, mas, acima de tudo, temos de esperar o “Dono da casa” decidir quem entra e quem sai. O tempo de Deus é diferente.

Somente um cristão pode receber o sacramento da Eucaristia e da Crisma.
Não há um tempo definido para o catecumenato, cada um necessita de um tempo para amadurecer na fé.!

Fiquem com Deus.

Carlos Garcia

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

As Qualidades de um Bom Catequista...

      O catequista deve ter uma espiritualidade profunda de adesão a Jesus Cristo e à Igreja. Deve testemunhar por sua vida, seu compromisso com Cristo, a Igreja e sua comunidade. Deve ser uma pessoa de oração e alimentar sua vida com a Palavra de Deus.
        Deve ser uma pessoa integrada na sua comunidade. A catequese, hoje, deve ser comunitária.
        O Catequista precisa de uma consciência crítica diante de fatos e acontecimentos. Deve levar a comunidade à reflexão sobre a sua realidade, à luz da Palavra de Deus.
        Ter sempre uma atitude de animador. Saber ouvir e dialogar, caminhando junto com a comunidade.
        O catequista deve conhecer a fundo a mensagem que vai transmitir. Deve conhecer a Bíblia e saber interpretá-la; deve saber ligar a vida à Palavra de Deus e vice-versa.

O catequista precisa ter também certas qualidades "humanas":

  • Ser uma pessoa psicologicamente equilibrada;
  • Saber trabalhar em equipe, ter uma certa liderança e ser criativo;
  • Ser uma pessoa responsável e perseverante. Responsabilidade e pontualidade são necessárias;
  • Ter amor aos catequizandos e ter algumas noções de psicologia, didática e técnica de grupo;
  • Sentir dentro de si a vocação de catequista.
  • Ter vida de oração, leitura e meditação diária da Palavra de Deus;
  • Ser capaz de respeitar a individualidade de cada pessoa.
  • Ser participativo, engajado nas atividades da paróquia, da comunidade e ter espírito de serviço;
      
        Isso não significa que exista uma pessoa que tenha todas essas qualidades, mas que devemos procurar desenvolvê-las no nosso dia-a-dia, pois se somos chamados, escolhidos por Jesus, Ele nos dá a graça para alcançá-las."
        Ninguém nasce catequista. Aqueles que são chamados a esse serviço tornam-se bons catequistas através da prática, da reflexão, da formação adequada, da conscientização de sua importância como educadores da fé.
        O catequista deve cuidar constantemente da sua formação. Nunca pode dizer que está pronto para sua tarefa. Precisamos de uma formação permanente:

  • através de dias de encontro, reflexão e oração com os catequistas da sua comunidade;
  • planejando e programando junto com os outros, ajudando-se assim mutuamente;
  • participando de cursos dentro da própria comunidade ou paróquia,ou fora;
  • lendo bastante, atualizando-se sempre, estudando os documentos da Igreja sobre catequese e outros assuntos atuais;
  • formando o grupo dos catequistas.
        
        O catequista não age sozinho, mas em comunhão com a Igreja, com o grupo de catequistas. O grupo de catequistas expressa o caráter comunitário da tarefa catequética. E com o grupo que ele revê suas ações, planeja, aprofunda os conteúdos, reza e reflete.
        O catequista exerce um verdadeiro ministério, isto é, um SERVIÇO. E como nos diz o documento Catechesi Tradendae (A Catequese Hoje) a "atividade catequética é uma tarefa verdadeiramente primordial na missão da Igreja".


Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/catequista/doc/01.htm