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sábado, 23 de abril de 2011

Páscoa, tempo de renovação

Condenaram Jesus e o crucificaram, ignorando todos os seus propósitos de um mundo melhor...
Houve dor, angústia e escuridão...
Por três dias o sol se recusou a brilhar, a lua se negou a iluminar a Terra, até que no terceiro dia a vida aconteceu...
A Páscoa existe para lembrar-nos deste momento inigualável chamado “ressurreição”!
Ressurreição do sorriso, da alegria de viver, do amor...
Ressurreição da amizade, da vontade de ser feliz...
Ressurreição dos sonhos, das lembranças...
E de uma verdade que está acima dos ovos de chocolates e dos coelhinhos da páscoa...
“Cristo morreu, mas ressuscitou!”
E fez isso somente para nos ensinar a matar os nossos piores defeitos e ressuscitar as maiores virtudes sepultadas no íntimo de nossos corações!
Que este seja o verdadeiro da minha, da sua, da nossa Páscoa...
Que possamos encontrar amor, carinho, paz, fraternidade, companheirismo...
...pois isso sim é o verdadeiro sentido da Páscoa!!!

Uma Feliz e Santa Páscoa!!!

Contribuição da Catequista Ana Lúcia de Paula Canela

Apoio ao Catequista - A Liturgia da Semana Santa

Semana Santa (artigo retirado da apostila para o catequista)

Examinando os dias da celebração da paixão, morte e ressurreição do Senhor, percebemos que são núcleos das celebrações e constituem o que chamamos de Semana Santa. Podemos compreender que o sentido e a teologia desta semana estão no encontro com o Cristo-Ressuscitado: nas celebrações religiosas são a recordação dos últimos acontecimentos da vida terrestre de Jesus de Nazaré. Cada dia da semana é um fato a ser recordado e atualizado. A liturgia da Semana Santa não é um jogo de representação teatral, mas atualiza sempre o único Mistério Pascal.
Na noite da 5ª Feira Santa, na Missa, iniciamos o Tríduo Pascal que termina com as vésperas no Domingo de Páscoa. O ponto alto se encontra na Vigília Pascal, onde sacramentalmente celebramos a ressurreição de Cristo. Ele se entrega por nós nos sinais simbólico-sacramentais da Oração Eucarística. A grande ação de graças, é a comunhão no pão e no vinho.

Domingo de Ramos

No Século IV, já encontramos em Jerusalém notícias sobre uma celebração que procurava recordar o mais exatamente possível a entrada de Jesus de Nazaré em Jerusalém. Neste dia celebramos a entrada do Senhor em Jerusalém, para realizar o seu mistério pascal. O povo o reconhece como Rei e Redentor, Servo do Senhor para salvar a todos.

Quinta-feira Santa


Celebrar a Ceia do Senhor na noite da Quinta-feira Santa é proclamar o mistério da Cruz de Cristo no qual reside a “nossa glória”. É participar da Páscoa da ceia. É sentar junto com Jesus para celebrar a Páscoa do seu povo.
Cada ano pela manhã, o bispo se reúne com todos os padres e com o povo para benzer os óleos usados nos sacramentos (O óleo é sinal da benção divina. Sinal do Espírito de Deus.). Ainda nesta celebração se comemora a instituição do sacerdócio. “Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras o Senhor instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.

Óleo do Crisma – Este óleo é uma mistura de óleo e bálsamo, significando a plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. É usado no sacramento da Confirmação (Crisma), Para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio (Ordem). A cor que representa esse óleo é o branco ouro.
Óleo dos Catecúmenos - Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.
Óleo dos Enfermos - É usado no sacramento da Unção dos enfermos. Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.

Na noite da 5ª feira, celebra-se a instituição da Eucaristia, a última ceia (enquanto homem) e primeira ceia (enquanto Filho de Deus). Jesus se oferece a Deus-Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e entrega para os Apóstolos para que os tomassem, mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores. Jesus partilha conosco sua divindade.
Ainda nesta celebração acontece a representação do lava-pés (Jo 13,1-20), onde o celebrante, em sinal de humildade e servidão, a exemplo do mestre Jesus (“Eu vim para servir”), lava os pés de 12 membros da comunidade previamente escolhidos.
No final da Missa, faz-se a chamada Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento ao altar-mor da igreja para uma capela, onde se tem o costume de fazer a adoração do Santíssimo durante toda à noite. Após a Missa o altar é desnudado; ele é o símbolo do Cristo aniquilado, despojado, flagelado e morto por nossos pecados.

Sexta-feira Santa

Celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. Dia de silêncio, jejum e oração e de profundo respeito diante da morte do Senhor. Não se deve trabalhar, se divertir, etc. Às 15 horas, horário em que Jesus morreu, é celebrada a principal cerimônia do dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: Liturgia da Palavra, Adoração da cruz e Comunhão eucarística. Depois deste momento não há mais comunhão eucarística até que seja realizada a celebração da Páscoa, no Sábado Santo.
À noite as paróquias fazem encenações da Paixão de Jesus Cristo com o Sermão da Descida da Cruz e em seguida a Procissão do Enterro, levando o esquife com a imagem do Senhor morto.

Sábado Santo

É o dia do grande silêncio. Cristo desce à mansão dos mortos. É dia de recolhimento na paz e na espera, assim como na Sexta-feira Santa.

Vigília Pascal – (sábado à noite)

Celebrar a Vigília Pascal é celebrar “a mãe de todas as vigílias”, noite santa na qual renascemos. É celebrar, em plena escuridão, o resplendor de uma luz que não se apaga. É beber com alegria da água da vida, renovando os nossos compromissos batismais e batizando na vida nova de Cristo novos membros de nossas comunidades.

Esta noite esta repleta de símbolos com as mais diversas representações:

·         O Fogo

        No Sábado Santo a celebração é iniciada com a benção do fogo, chamado de “fogo novo”. Os agricultores desprovidos de tecnologia e de conhecimento, utilizam o fogo, uma técnica milenar e primitiva, para limpar o terreno que será destinado ao plantio. Nesse caso o fogo limpa aquele espaço do mato, das ervas daninhas e de tudo aquilo que prejudica ou é obstáculo para o plantio.
        Na liturgia Cristo é esse fogo que veio limpar o mundo do pecado, da desesperança, do ódio pregando e instaurando o Reino de Deus (Mt 3,11; Mt 13,40; Lc 12,49; Hb 12,29). A sua ressurreição mostra que ele destruiu até a morte , o grande medo humano. O pecado foi vencido pela graça de sermos filhos de Deus, templos de Deus (Gl 4,7; Rm 8,14). O ser “imagem e semelhança de Deus” descrito na criação, conforme o livro do Gênesis (Gn 1,26), foi restaurado por Ele. A esperança por um mundo novo, justo e solidário foi reacendida.

·         O Círio Pascal

O Círio Pascal é aquela grande vela decorada sendo a cruz o desenho central. Representa a Luz de Cristo. Esta vela é usada durante as missas do Tempo Pascal, durante batizados, durante a Profissão de Fé e durante a Crisma. Aqui novamente o fogo é o elemento principal. Além dos significados anteriormente relatados, acrescentamos mais um: o fogo até hoje é usado para iluminar. Quando falta luz em nossa casa, a vela é o mais prático.

 O círio porta os seguintes símbolos:

- O alfa (a), ou a letra A (Cristo é princípio).
- O ômega (Ω), ou a letra Z (Cristo é o fim).
- O ano em curso (A Ele o tempo e a eternidade).
- A cruz (símbolo da redenção).
- O (Chi) Χ e o (Rho) P (letras gregas) que são o anagrama de Cristo (Χριστός);

No Círio Pascal, durante a Vigília pascal, o sacerdote insere cinco cravos, que representam as cinco chagas de Cristo na Cruz. (A coroa de espinhos, o prego da mão direita, o prego da mão esquerda, o prego dos pés, e o corte feito no lado direito do seu peito, por um soldado romano, vendo que Ele já estava morto.)
        Cristo é a luz que ilumina a vida do cristão para que ele não caia nas trevas da desesperança, da vida sem sentido, do egoísmo e da maldade (Jo 8,12; Rm 2,19; Lc 8,16). O Círio, simbolizando Cristo ressuscitado, nos apresenta como uma grande coluna de fogo para guiar e iluminar a humanidade (Ex 13,21). As letras gravadas e marcadas pelos cravos na cruz do Círio, significam que pela morte e ressurreição de Cristo a humanidade foi redimida para sempre por aquele que é eterno e pelo qual é a razão da existência do mundo (Ef 2,6; Rm 8,11; Lc 1.68).

·         A água

        Na celebração do sábado, véspera da Páscoa, acontece a benção da água que será utilizada nos batismos durante o ano. Em nossa vida diária, utilizamos esse bem precioso para matar nossa sede, para limpar de nosso corpo.
        Para o cristianismo: Cristo é a verdadeira Água (Jo 4,9-15); a Água da vida que livra para sempre o homem do egoísmo e da maldade, desde que ele queira beber dessa Água; a Morte e Ressurreição de Jesus destruíram para sempre a incerteza do futuro e própria morte trazendo à humanidade o verdadeiro sentido da vida.
        O batismo é a resposta do ser humano à proposta de Deus. Por isso após a benção da água se realiza a renovação das promessas batismais (Rm 6,1-11). A aspersão do povo com água benta simboliza a nossa disposição em nos limpar de tudo aquilo que fere e prejudica o outro.

Domingo de Páscoa

“Este é o dia que o Senhor fez. Alegremo-nos e nele fiquemos felizes” (Sl 118). A ação libertadora do Senhor acontece cada dia do ano e em toda a nossa vida, mas nós a celebramos com mais intensidade no tempo pascal. Cinqüenta dias celebrados como um grande Domingo.