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quinta-feira, 15 de abril de 2021

Ir a Igreja ou ser a Igreja? Ser igreja? Como Assim?


É comum ouvirmos as pessoas falarem que elas precisam ir à missa, para cumprir o preceito, ou que não precisam ir à missa, pois rezam em casa. Cada um defende o seu ponto de vista.

Mas afinal de contas, quem está certo nessa história?

Quem é adepto da ideia do preceito, da obrigação de ir à missa aos domingos, se baseia no 3º mandamento - “Santificar os Domingos e festas de guarda.”

Quem é adepto da ideia do “rezar em casa basta” se baseia em passagens como Mateus 6,6 - “Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.”, ou ainda 1 Coríntios 6,19 - “Ou não sabeis que vosso corpo é templo do Espírito Santo que está em vós..” e aí complementam... “Se Deus está em mim, não preciso da igreja”.

Quem defende um lado ou outro dificilmente entra num acordo. Mas e aí, quem está certo? Se um está certo, o outro está necessariamente errado? Ou não?

Na verdade, nenhum dos dois argumentos estão completamente errados, mas ambos estão longe de estarem certos.

A igreja que Jesus desejou para nós, por meio de Pedro - Mateus 16,18 - “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” - era muito mais do que, simplesmente ir à missa ou rezar em casa.

Podemos afirmar que a objetivo de Jesus nunca foi fundar uma nova religião ou inaugurar uma nova “filosofia de vida”. Ele veio falar de algo novo e apresentar-nos um Deus até então desconhecido (em sua intimidade - no sentido do SER). A religião católica, fundada em Pedro, foi uma consequência da história que se desenvolveu no início da era cristã, através das experiências vivenciadas pelos apóstolos e por Paulo. Na verdade Jesus já pensava em igreja e já tinha dado a dica de que a unidade era a força do cristão, mas os apóstolos não compreenderam. (João 17,21-23).

Os apóstolos só começaram a entender (em seu íntimo) o que Jesus queria, quando vivenciaram a missão que lhes foi confiada e perceberam que o povo unido, vivendo e buscando as mesmas coisas (ser cristão), se fortaleciam na fé, na vida, na fraternidade... Já não eram mais pessoas distintas ou um povo professando uma fé... Era algo novo.

Através da experiência dos apóstolos, inaugurou-se um novo conceito, a “Comunidade Cristã”. Essa união, formando COMUNIDADE CRISTÃ, deu sentido àquilo que Jesus desejava. A igreja já não era mais um templo. Agora o povo se tornava igreja viva, como membros de um só corpo.

Paulo, o grande evangelizador, inspirado pelo Espírito Santo, de forma brilhante resumi em 1º Coríntios 12,12-31 toda essa grandeza - versículo 27 - “Ora, vós sois o corpo de Cristo e membros dele, cada qual por sua parte.”

Já não bastava cumprir o preceito, como os judeus faziam. Já não bastava mais fazer caridade ou oração individual, separado do todo. Cristo desejou mais. Uma união perfeita entre ele e as pessoas.

Essa verdade não mudou até hoje. Se passaram 2000 anos e só seremos VERDADEIRAMENTE plenos com Cristo quando assumirmos nossa fé em união com a igreja e com nossos irmãos. Quando formos Igreja, viva e atuante no mundo de hoje, para que mais pessoas conheçam essa verdade que conduz a salvação. 

João 13,34-35 - “Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. Assim como eu vos amei, amai-vos uns aos outros. Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: se vos amais uns aos outros”.

Hoje, como igreja, cabe a nós levarmos essa verdade, para que mais gente se una a esse corpo Santo, para que mais gente se una a Cristo. Para que mais gente se torne IGREJA VIVA.

Mateus 28,19-20 - “Portanto, ide e fazei discípulos todos os povos... ensinando-as a observar tudo o que vos ordenei. E eu estou convosco todos os dias, até o fim do mundo!”

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Outras passagens de apoio - Atos dos Apóstolos 2,42-47 - Hebreus 10,24-25 - 1 Pedro 4,8-11 - Gálatas 6,2 - 1 Tessalonicenses 5,14 - Filipenses 2,3-4 -  1 Pedro 2,9-10 - Colossenses 3,13 - 1 Coríntios 10,16-17

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Curiosidade Bíblica ou da Igreja - A Teoria do Big Bang


Você sabia que a teoria do Big Bang foi concebida por um padre católico, o padre Georges Lemaître, de origem belga. Todo mundo riu dele: "Ah, católicos bobos, sempre achando que o universo teve um começo!". Além de sacerdote, o padre Lemaître  era cosmólogo, matemático, professor universitário, físico e teólogo. Recentemente, quando o papa Francisco fez um comentário afirmando que a Igreja católica aceita a evolução e a teoria do Big Bang, ele não disse nenhuma novidade. Faz muitas décadas que a Igreja reconhece o fato evolutivo e o considera compatível com um Deus criador. O que a Igreja não reconhece é que todo o universo tenha surgido por obra do mero acaso e sem nenhuma finalidade. A declaração do papa Francisco , no entanto, foi divulgada como “grande novidade” por certa parcela da mídia. Enfim, fé e ciência são capazes de caminhar juntas, basta apenas boa vontade, estudo e respeito.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O país sem pontas


João Turista era um grande viajante. Viajando, viajando, chegou um dia a um país em que as esquinas eram redondas e os telhados não terminavam em ponta, mas em suaves curvas. Ao longo da rua, havia um belo canteiro de roseiras, e João decidiu pegar uma rosa para colocar no bolso de sua camisa. Enquanto tentava pegar a rosa descobriu que os espinhos não machucavam, pois não tinham ponta, pareciam de borracha e faziam cócegas na mão.
- Que coisa estranha! - disse João em voz alta.

Nisso, apareceu um guarda, sorridente, do outro lado do canteiro:
- Não sabe que é proibido cortar rosas?
- Desculpe, não sabia.
- Então pagará apenas meia multa - disse o guarda, sempre sorridente.

João observou que o guarda escrevia a multa com um lápis sem ponta.
- Que tipo de país é este? - perguntou João.
- É o País sem Pontas - explicou o guarda, cheio de amabilidade - e agora, por favor, dê-me duas bofetadas.
- De jeito nenhum! - disse João espantado.
- Não quero ser preso por atentado contra a autoridade.
- Aqui é feito assim - explicou amavelmente o guarda. - Uma multa inteira, quatro bofetadas, meia multa, duas.
- Bofetadas ao guarda? Isso não é justo! É terrível!
- Concordo! - disse o policial. - É algo tão odioso que a gente pensa muito antes de fazer alguma coisa contra a lei.
- É que eu não quero nem sequer soprar-lhe no rosto. Em vez de duas bofetadas, vou fazer-lhe uma carícia!
- Nesse caso - concluiu o policial, - terei que acompanhá-lo até a fronteira.

João, humilhadíssimo, foi obrigado a abandonar o País sem Pontas. Mas, ainda hoje, sonha com poder regressar um dia, para viver de uma maneira mais cortês, numa bela casa sem ponta.

(Gianni RodariI)

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Perguntas para reflexão:

Quem é o guarda?
O que são as bofetadas?
Que país é este?

Comentem...

sábado, 7 de maio de 2011

Fé, razão e sexo. É possível?


Quando se fala em fé e em razão, a primeira coisa que vem a cabeça é que elas são incapazes de partilhar o mesmo ser, ou seja, ou se possui fé ou se possui razão.
Esse pensamento é acertado quando a baixa cultura a respeito das coisas da igreja é sub-julgada pela razão do mundo. Sim, neste caso, fé e razão não podem compartilhar o mesmo ser.
Por outro lado essa idéia é perfeitamente aceitável quando se entende a igreja, a história, a tradição e o magistério. Neste caso SIM, fé e razão podem “andar de mãos dadas”, pois sabe-se e aceita-se o limite da fé e sabe-se e aceita-se o limite da razão. O que cabe a fé e só pode ser explicado pela fé, é de competência da fé, e o que cabe a razão compete a razão.
Diante dessa realidade arrisco a dizer que existe “fé racional”, ou melhor, “fé inteligente” e essa se aplica quando TODOS os aspectos de um assunto são colocados “a mesa” e, tendo conhecimento pleno da doutrina católica, é capaz de perceber as nuances de cada questão.

Mas como conseguir a Fé inteligente.
A resposta é simples. Pela instrução a respeito das coisas da igreja...

É bom lembrar que quando nos referimos a instrução, estamos nos referindo diretamente a catequese, pois a palavra catequese esta diretamente ligada a instrução, instrução essa que não vem da idéia de alguém, mas sim da compilação de um linda doutrina disposta no tão conhecido CIC (Catecismo da Igreja Católica). É essa a doutrina que temos de ensinar...

Se não concordamos com essa doutrina, NÃO podemos ser catequistas, pois estaremos ensinando segunda a nossa moral, o que além de não condizer com a missão assumida, pois falamos pela igreja, caracteriza um pecado grave, se este for consciente, pois pode levar outros (catequizandos) a perdição eterna.

Um exemplo disso são as questões ligadas à sexualidade.

Infelizmente há catequistas que defendem a liberação do sexo antes do casamento, ou ainda o uso de preservativos como meio de proteção.  E aqueles que defendem o aborto... (ufa..., sem comentários)

Deixando o aborto de lado e voltando as questões ligadas ao sexo, basicamente esses defendem tais idéias por 3 motivos prováveis: 1. Cometem o pecado contra a castidade e se respaldam na razão, ensinada pela mídia, para justificar seus atos. 2. A razão neste caso é maior que a fé, ou seja, há muita informação ligada ao “mundo” (prevenção, AIDS, método contraceptivo...) e pouca ligada à igreja. 3. Simplesmente desconhecem ou ignoram as instruções ensinadas no CIC.

O catequista que comete tal gafe, intencional ou não, se esquece do primordial. Ele “é cristão” ou pelo menos deveria ser.

E ai surge uma nova questão. O que é ser cristão?

Ao contrário do que muitos ensinam “ser cristão” não é apenas acreditar em Cristo, mas buscar, ainda que impossível, ser como Ele. E buscar ser como ele é “trazê-lo” ou melhor, trazer as suas idéias para essas questões.

Imaginemos...

O que Cristo falaria se fosse perguntado a Ele: Pode usar camisinha? Pode fazer sexo antes do casamento?

Talvez Cristo usasse uma de suas belas falas como: “Quem peca é escravo do pecado... (Jo 8, 34)” ou simplesmente Cristo responderia com um sonoro e manso NÃO, expondo que o amor a Deus deve transcender os desejos da carne e que o meio para conseguir vencer a tentação é a oração...

Claro que muitos dirão que Cristo não condenava as pessoas e isso é uma verdade, no entanto, ele sempre condenou as ações das pessoas se essas fossem erradas. Ele nunca deixou e nunca deixará de amar o pecador, mas sempre irá repudiar o pecado.

É isso, ser catequista é ser cristão, ou pelo menos procurar ser, em todo o seu intimo, e para ser cristão nos dias atuais e ainda catequista, não basta ter a fé do povo, que é boa e simples, mas é necessário possuir a fé “inteligente”, que se consegue por dois motivos. Primeiro é se instruindo tendo como base o CIC e segundo é orando, pedindo a Deus que nos dê a fé necessária para compreender a razão.

Abraços a todos e fiquem com Deus.

Carlos Garcia

sábado, 23 de abril de 2011

Páscoa, tempo de renovação

Condenaram Jesus e o crucificaram, ignorando todos os seus propósitos de um mundo melhor...
Houve dor, angústia e escuridão...
Por três dias o sol se recusou a brilhar, a lua se negou a iluminar a Terra, até que no terceiro dia a vida aconteceu...
A Páscoa existe para lembrar-nos deste momento inigualável chamado “ressurreição”!
Ressurreição do sorriso, da alegria de viver, do amor...
Ressurreição da amizade, da vontade de ser feliz...
Ressurreição dos sonhos, das lembranças...
E de uma verdade que está acima dos ovos de chocolates e dos coelhinhos da páscoa...
“Cristo morreu, mas ressuscitou!”
E fez isso somente para nos ensinar a matar os nossos piores defeitos e ressuscitar as maiores virtudes sepultadas no íntimo de nossos corações!
Que este seja o verdadeiro da minha, da sua, da nossa Páscoa...
Que possamos encontrar amor, carinho, paz, fraternidade, companheirismo...
...pois isso sim é o verdadeiro sentido da Páscoa!!!

Uma Feliz e Santa Páscoa!!!

Contribuição da Catequista Ana Lúcia de Paula Canela

Apoio ao Catequista - A Liturgia da Semana Santa

Semana Santa (artigo retirado da apostila para o catequista)

Examinando os dias da celebração da paixão, morte e ressurreição do Senhor, percebemos que são núcleos das celebrações e constituem o que chamamos de Semana Santa. Podemos compreender que o sentido e a teologia desta semana estão no encontro com o Cristo-Ressuscitado: nas celebrações religiosas são a recordação dos últimos acontecimentos da vida terrestre de Jesus de Nazaré. Cada dia da semana é um fato a ser recordado e atualizado. A liturgia da Semana Santa não é um jogo de representação teatral, mas atualiza sempre o único Mistério Pascal.
Na noite da 5ª Feira Santa, na Missa, iniciamos o Tríduo Pascal que termina com as vésperas no Domingo de Páscoa. O ponto alto se encontra na Vigília Pascal, onde sacramentalmente celebramos a ressurreição de Cristo. Ele se entrega por nós nos sinais simbólico-sacramentais da Oração Eucarística. A grande ação de graças, é a comunhão no pão e no vinho.

Domingo de Ramos

No Século IV, já encontramos em Jerusalém notícias sobre uma celebração que procurava recordar o mais exatamente possível a entrada de Jesus de Nazaré em Jerusalém. Neste dia celebramos a entrada do Senhor em Jerusalém, para realizar o seu mistério pascal. O povo o reconhece como Rei e Redentor, Servo do Senhor para salvar a todos.

Quinta-feira Santa


Celebrar a Ceia do Senhor na noite da Quinta-feira Santa é proclamar o mistério da Cruz de Cristo no qual reside a “nossa glória”. É participar da Páscoa da ceia. É sentar junto com Jesus para celebrar a Páscoa do seu povo.
Cada ano pela manhã, o bispo se reúne com todos os padres e com o povo para benzer os óleos usados nos sacramentos (O óleo é sinal da benção divina. Sinal do Espírito de Deus.). Ainda nesta celebração se comemora a instituição do sacerdócio. “Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras o Senhor instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.

Óleo do Crisma – Este óleo é uma mistura de óleo e bálsamo, significando a plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. É usado no sacramento da Confirmação (Crisma), Para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio (Ordem). A cor que representa esse óleo é o branco ouro.
Óleo dos Catecúmenos - Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.
Óleo dos Enfermos - É usado no sacramento da Unção dos enfermos. Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.

Na noite da 5ª feira, celebra-se a instituição da Eucaristia, a última ceia (enquanto homem) e primeira ceia (enquanto Filho de Deus). Jesus se oferece a Deus-Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e entrega para os Apóstolos para que os tomassem, mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores. Jesus partilha conosco sua divindade.
Ainda nesta celebração acontece a representação do lava-pés (Jo 13,1-20), onde o celebrante, em sinal de humildade e servidão, a exemplo do mestre Jesus (“Eu vim para servir”), lava os pés de 12 membros da comunidade previamente escolhidos.
No final da Missa, faz-se a chamada Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento ao altar-mor da igreja para uma capela, onde se tem o costume de fazer a adoração do Santíssimo durante toda à noite. Após a Missa o altar é desnudado; ele é o símbolo do Cristo aniquilado, despojado, flagelado e morto por nossos pecados.

Sexta-feira Santa

Celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. Dia de silêncio, jejum e oração e de profundo respeito diante da morte do Senhor. Não se deve trabalhar, se divertir, etc. Às 15 horas, horário em que Jesus morreu, é celebrada a principal cerimônia do dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: Liturgia da Palavra, Adoração da cruz e Comunhão eucarística. Depois deste momento não há mais comunhão eucarística até que seja realizada a celebração da Páscoa, no Sábado Santo.
À noite as paróquias fazem encenações da Paixão de Jesus Cristo com o Sermão da Descida da Cruz e em seguida a Procissão do Enterro, levando o esquife com a imagem do Senhor morto.

Sábado Santo

É o dia do grande silêncio. Cristo desce à mansão dos mortos. É dia de recolhimento na paz e na espera, assim como na Sexta-feira Santa.

Vigília Pascal – (sábado à noite)

Celebrar a Vigília Pascal é celebrar “a mãe de todas as vigílias”, noite santa na qual renascemos. É celebrar, em plena escuridão, o resplendor de uma luz que não se apaga. É beber com alegria da água da vida, renovando os nossos compromissos batismais e batizando na vida nova de Cristo novos membros de nossas comunidades.

Esta noite esta repleta de símbolos com as mais diversas representações:

·         O Fogo

        No Sábado Santo a celebração é iniciada com a benção do fogo, chamado de “fogo novo”. Os agricultores desprovidos de tecnologia e de conhecimento, utilizam o fogo, uma técnica milenar e primitiva, para limpar o terreno que será destinado ao plantio. Nesse caso o fogo limpa aquele espaço do mato, das ervas daninhas e de tudo aquilo que prejudica ou é obstáculo para o plantio.
        Na liturgia Cristo é esse fogo que veio limpar o mundo do pecado, da desesperança, do ódio pregando e instaurando o Reino de Deus (Mt 3,11; Mt 13,40; Lc 12,49; Hb 12,29). A sua ressurreição mostra que ele destruiu até a morte , o grande medo humano. O pecado foi vencido pela graça de sermos filhos de Deus, templos de Deus (Gl 4,7; Rm 8,14). O ser “imagem e semelhança de Deus” descrito na criação, conforme o livro do Gênesis (Gn 1,26), foi restaurado por Ele. A esperança por um mundo novo, justo e solidário foi reacendida.

·         O Círio Pascal

O Círio Pascal é aquela grande vela decorada sendo a cruz o desenho central. Representa a Luz de Cristo. Esta vela é usada durante as missas do Tempo Pascal, durante batizados, durante a Profissão de Fé e durante a Crisma. Aqui novamente o fogo é o elemento principal. Além dos significados anteriormente relatados, acrescentamos mais um: o fogo até hoje é usado para iluminar. Quando falta luz em nossa casa, a vela é o mais prático.

 O círio porta os seguintes símbolos:

- O alfa (a), ou a letra A (Cristo é princípio).
- O ômega (Ω), ou a letra Z (Cristo é o fim).
- O ano em curso (A Ele o tempo e a eternidade).
- A cruz (símbolo da redenção).
- O (Chi) Χ e o (Rho) P (letras gregas) que são o anagrama de Cristo (Χριστός);

No Círio Pascal, durante a Vigília pascal, o sacerdote insere cinco cravos, que representam as cinco chagas de Cristo na Cruz. (A coroa de espinhos, o prego da mão direita, o prego da mão esquerda, o prego dos pés, e o corte feito no lado direito do seu peito, por um soldado romano, vendo que Ele já estava morto.)
        Cristo é a luz que ilumina a vida do cristão para que ele não caia nas trevas da desesperança, da vida sem sentido, do egoísmo e da maldade (Jo 8,12; Rm 2,19; Lc 8,16). O Círio, simbolizando Cristo ressuscitado, nos apresenta como uma grande coluna de fogo para guiar e iluminar a humanidade (Ex 13,21). As letras gravadas e marcadas pelos cravos na cruz do Círio, significam que pela morte e ressurreição de Cristo a humanidade foi redimida para sempre por aquele que é eterno e pelo qual é a razão da existência do mundo (Ef 2,6; Rm 8,11; Lc 1.68).

·         A água

        Na celebração do sábado, véspera da Páscoa, acontece a benção da água que será utilizada nos batismos durante o ano. Em nossa vida diária, utilizamos esse bem precioso para matar nossa sede, para limpar de nosso corpo.
        Para o cristianismo: Cristo é a verdadeira Água (Jo 4,9-15); a Água da vida que livra para sempre o homem do egoísmo e da maldade, desde que ele queira beber dessa Água; a Morte e Ressurreição de Jesus destruíram para sempre a incerteza do futuro e própria morte trazendo à humanidade o verdadeiro sentido da vida.
        O batismo é a resposta do ser humano à proposta de Deus. Por isso após a benção da água se realiza a renovação das promessas batismais (Rm 6,1-11). A aspersão do povo com água benta simboliza a nossa disposição em nos limpar de tudo aquilo que fere e prejudica o outro.

Domingo de Páscoa

“Este é o dia que o Senhor fez. Alegremo-nos e nele fiquemos felizes” (Sl 118). A ação libertadora do Senhor acontece cada dia do ano e em toda a nossa vida, mas nós a celebramos com mais intensidade no tempo pascal. Cinqüenta dias celebrados como um grande Domingo.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Os melhores livros de Catequese...

Após estudos exaustivos e analises de diversos livros catequéticos, quero compartilhar com vocês os livros que atualmente considero os melhores do Brasil, no que diz respeito a catequese que procura aliar Fé e Vida, com uma certa cronologia.
Portanto, se vocês querem um excelente material de apoio, comprem os livros abaixo relacionados, de acordo com as fases onde atuam:


Pré-Catequese
Livro "Crescer com Jesus" - Livro do Catequista
Editora Vozes – Autoras – Josie Agatha Parrilha da Silva e Regina Helena R. F. Mantovani
Preço sugerido – R$ 13,00

Livro "Crescer com Jesus" - Livro do Catequizando (para apoio)
Editora Vozes – Autoras – Josie Agatha Parrilha da Silva e Regina Helena R. F. Mantovani
Preço sugerido – R$ 13,00

Catequese de Eucaristia (3 anos)
"Livro do Catequista - Fé, Vida, Comunidade"
Editora Paulus – Autoria – Equipe Diocesana de Catequese da Diocese de Osasco
Preço sugerido – R$ 18,60

Catequese de Perseverança
Livro "Crescer em Comunhão - Volume IV"
Editora Vozes – Autoria – Pe. Alexsander Cordeiro Lopes, Ir. Araceli G. X. da Roza, e outros...
Preço sugerido – R$ 14,00

Catequese de Crisma (2 anos)
Livro "Viver a fé construindo comunidade" 
Editora Salesiana – Autoria – Equipe Diocesana de Catequese da Diocese de Jales
Preço sugerido – R$ 19,00
(livro principal)

Livro "Preparação para a Crisma e para a Vida em Comunidade - Confirmando a Fé"
Editora Santuário – Autoria – Afonsina Mendes Roma
Preço sugerido – R$ 8,90
(obs.: Este livro é usado apenas como complemento ao primeiro livro. Ver planejamento temático)

Catequese com Adultos
Livro "Encontros para uma Catequese com Adultos"
Editora Paulus – Autoria – Equipe de Catequese da Regional Sul I CNBB
Preço sugerido – R$ 12,09 

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A Paróquia Santíssima Trindade - Diocese de Taubaté, adotou os livros acima relacionados como apoio aos catequistas e elaborou um planejamento temático das fases, que será seguido como base a fim de orientar na utilização dos livros. (faça o download desse planejamento clicando aqui.)

Bom proveio a todos.

(os valores acima mencionados foram retirados dos sites das respectivas editoras em 10/02/2011)

Apoio ao Catequista - Quem sou EU?

A maioria dos livros de catequese atuais trazem como primeiro encontro o tema "Quem sou EU?".

Esse tipo de encontro é muito interessante para os dois lados envolvidos na catequese (catequista e catequizandos), pois proporciona ao catequista informações úteis sobre os catequizandos e proporciona ao catequizando um momento especial de reflexão.

Normalmente esses encontros trazem perguntas prontas, tais como:

Parte A

Nome: _____________________
Idade: _____________________
Nascimento: _________________
Pai: ______________________
Mãe: _______________________
Ou Responsável: ____________________
Naturalidade: ______________________
Nacionalidade: _______________________
Estudo (escola): ___________________
Grau/série: ______________________
Trabalho: ______________________
Endereço: ________________________
Telefones: _______________________
e:mail: _______________________

Blog: _________________________
Twitter: _________________________
Orkut: ________________________

Comunidade: ____________________
Paróquia: ________________________
Diocese: _______________________
Fui batizado em (data): __________________
Igreja: ____________________
Meus padrinhos: _______________________
Data da Primeira Eucaristia (se já fez): __________________

Parte B

Meu MAIOR defeito: ____________________
Minha MELHOR qualidade: __________________
Como é minha Família:
a) quantos vivem em casa: ___________
b) quem trabalha fora: _____________
c) como dividimos as tarefas de casa: (por a mesa, lavar a louça, comprar pão...) __________

Quem sou eu?: _________________________________
Do que gosto?: _____________________________
Do que não gosto?: ___________________________
Esporte ou passatempo preferido?: ______________________
O que me deixa feliz?: _____________________
O que me deixa triste?: _______________________
Como me relaciono com as pessoas?: _______________
Quem são os meus melhores amigos?: ___________________
Meus sonhos?: _______________
Meus medos?: __________________
Como me sinto na atual fase da vida?: _______________________

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Essas são apenas algumas perguntas e esse questionário pode ser implementado.

Como vimos, essas perguntas darão uma boa idéia de quem é o catequizando e fará o catequizando refletir bastante quando responder a segunda parte. O catequista ainda consegue traçar um perfil do catequizando e um plano de ação a longo prazo...

(OBS.: se o catequizando tiver Orkut e Twitter, veja quais são as comunidades que ele faz parte, a fim de saber um pouco mais de sua personalidade)

Após o questionário, use a passagem de Jr 1,4-8 e pergunte aos catequizandos:

a) Você também já deu desculpas a Deus dizendo que ainda não é tempo (sou numa criança)?
b) Ou ainda, disse a Deus que não é capaz?
c) Você acredita que Deus tem um plano para você?
d) Você acredita que Deus te ama e quer te proteger?
e) O que a leitura traz de novo para a nossa vida?

No momento de CELEBRAR você pode refletir com o grupo o seguinte: "Deus tem um plano para todos nós, pois fomos escolhidos antes da criação do mundo para sermos santos." (Ef 1,3ss)

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Esse é um encontro básico para se trabalhar com os catequizandos no primeiro dia de catequese.

Abraços

Carlos Garcia

Apoio ao Catequista - Quaresma e a origem da Campanha da Fraternidade

Todo ano temos de falar de Quaresma e Campanha da Fraternidade a nossos catequizandos. Isso já se tornou tão comum que as vezes nos esquecemos do real sentido desse tempo litúrgico (quaresma) e seus detalhes, assim como a origem da Campanha da Fraternidade, por isso segue abaixo uma breve explicação sobre a Quaresma e a Campanha da Fraternidade.

O que é a Quaresma?

É o tempo de preparação para a festa da Páscoa, a maior festa do Cristianismo. Um tempo em que devemos viver na reflexão e oração, tomando consciência dos compromissos que assumimos pelo nosso Batismo. Tempo de jejum, penitência e conversão.
A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na quinta-feira santa antes da celebração da ceia pascal. A palavra quaresma faz referência há 40 dias, mas a quaresma dura de 44 a 45 dias (ano bissexto). A cor é roxa e abrange seis domingos. Na última semana, voltamos toda a nossa atenção para a Paixão de Cristo. É nesse período que a liturgia no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, para valorizar mais ainda esse fecundo tempo litúrgico. No Ano A, predomina o tema do Batismo, com suas exigências na seqüência dos Evangelhos; no Ano B, o tema de Cristo glorificado por sua morte e ressurreição, fonte da restauração da dignidade humana; e no Ano C, os fiéis são convidados a penitência ou conversão, condições para a nova aliança em Cristo Jesus, selada no Batismo e a ser renovada na Páscoa.

A Campanha da Fraternidade

Em 1961, três padres responsáveis pela Cáritas Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal-RN, com adesão de outras três Dioceses. No ano seguinte, 16 Dioceses do Nordeste realizaram a campanha. Não teve êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja em nosso País.
Este projeto foi lançado, em nível nacional, no dia 26 de dezembro de 1963, sob o impulso renovador do espírito do Concílio Vaticano II, em andamento na época, e realizado pela primeira vez na quaresma de 1964. O tempo do Concílio foi fundamental para a concepção e estruturação da Campanha da Fraternidade.
Em 20 de dezembro de 1964, os Bispos aprovaram o fundamento inicial da mesma intitulada: "Campanha da Fraternidade - Pontos Fundamentais apreciados pelo Episcopado em Roma". De 1963 até hoje, a Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização desenvolvida num determinado tempo (Quaresma), para ajudar os cristãos e as pessoas de boa vontade a viverem a fraternidade em compromissos concretos no processo de transformação da sociedade a partir de um problema específico que exige a participação de todos na sua solução. É grande instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão, renovação interior e ação comunitária como a verdadeira penitência que Deus quer de nós em preparação da Páscoa. É momento de conversão, de prática de gestos concretos de fraternidade, de exercício de pastoral de conjunto em prol da transformação de situações injustas e não cristãs. É precioso meio para a evangelização do tempo quaresmal, retomando a pregação dos profetas confirmada por Cristo, segundo a qual a verdadeira penitência que agrada a Deus é repartir o pão com quem tem fome, dar de vestir ao maltrapilho, libertar os oprimidos, promover a todos. 
A Campanha da Fraternidade tornou-se especial manifestação de evangelização libertadora, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de problemas específicos, tratados à luz do Projeto de Deus. A Campanha da Fraternidade tem como objetivos permanentes: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na Evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja; daí o destino da coleta final: realização de projetos de caridade libertadora e manutenção da ação pastoral).

Os textos abaixo derivam de um longo e exaustivo estudo retirado de diversas fontes confiáveis de pesquisa (livros, Wikipedia, site da CNBB, entre outros), que deram origem a uma apostila catequética que é utilizada pelos catequistas da paróquia que faço parte.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os ruídos dentro da catequese

         Ruído não é somente aquele som que incomoda, que perturba, que tira a concentração. Entende-se por ruído toda e qualquer interferência ou obstáculo que atrapalha o processo da comunicação.
         O ruído pode vir de diversas fontes, pode ser verbal (barulhos ou linguagem imprópria) ou não-verbal (imagens), pode partir do grupo (barulhos), do indivíduo enquanto catequizando (desconexo do grupo...) ou do indivíduo enquanto catequista, entre outros.

Vejamos abaixo os tipos mais comuns de ruídos dentro da catequese:

·      Testemunho de vida do catequista que não combina com o seu discurso;

·      Recursos, dinâmicas de grupos, símbolos ou Bíblia usados de forma inadequada;

·      Mensagem manipulada de acordo com interesses pessoais do catequista;

·      Bloqueio emocional do catequizando ou do catequista (antipatia mútua ou de um lado só);

·      Apatia do catequizando, não superada por um conteúdo desinteressante;

·      Ambiente pouco acolhedor e desconfortável;

·      Distância entre as linguagens usadas por catequizandos e catequistas (o catequista deve ter cuidado ao utilizar palavras que estão pouco ligadas a realidade do catequizando, tais como: homilia, sacramento, liturgia... Essas palavras devem ser usadas, mas devem ser explicadas sempre que necessário);

·      Distância sócio-cultural (econômica) entre catequizando e catequistas (O catequista deve ter cuidado com o que usa e como se porta diante dos catequizandos. Não dá para falar de partilha se o catequista usa um sapato cujo valor, por exemplo, compreende toda a renda mensal da família do catequizando);

·      Falta de ligação entre a mensagem da catequese e as expectativas do catequizando. (os conteúdos devem ser relacionados a realidade do catequizando).

Para refletir:

1.    Que tipo de linguagem você usa para se comunicar com seus catequizandos?
2.    Quais os ruídos mais freqüentes que você enfrenta? O que fazer para superá-los?
3.    Os catequizandos saem dos encontros satisfeitos? A fixação do tema é boa?

(do Livro: ComuniCat - Autoria: Catequese de Osasco - Ed. Paulus - adaptado por Carlos Garcia)