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quinta-feira, 15 de abril de 2021

Ir a Igreja ou ser a Igreja? Ser igreja? Como Assim?


É comum ouvirmos as pessoas falarem que elas precisam ir à missa, para cumprir o preceito, ou que não precisam ir à missa, pois rezam em casa. Cada um defende o seu ponto de vista.

Mas afinal de contas, quem está certo nessa história?

Quem é adepto da ideia do preceito, da obrigação de ir à missa aos domingos, se baseia no 3º mandamento - “Santificar os Domingos e festas de guarda.”

Quem é adepto da ideia do “rezar em casa basta” se baseia em passagens como Mateus 6,6 - “Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.”, ou ainda 1 Coríntios 6,19 - “Ou não sabeis que vosso corpo é templo do Espírito Santo que está em vós..” e aí complementam... “Se Deus está em mim, não preciso da igreja”.

Quem defende um lado ou outro dificilmente entra num acordo. Mas e aí, quem está certo? Se um está certo, o outro está necessariamente errado? Ou não?

Na verdade, nenhum dos dois argumentos estão completamente errados, mas ambos estão longe de estarem certos.

A igreja que Jesus desejou para nós, por meio de Pedro - Mateus 16,18 - “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” - era muito mais do que, simplesmente ir à missa ou rezar em casa.

Podemos afirmar que a objetivo de Jesus nunca foi fundar uma nova religião ou inaugurar uma nova “filosofia de vida”. Ele veio falar de algo novo e apresentar-nos um Deus até então desconhecido (em sua intimidade - no sentido do SER). A religião católica, fundada em Pedro, foi uma consequência da história que se desenvolveu no início da era cristã, através das experiências vivenciadas pelos apóstolos e por Paulo. Na verdade Jesus já pensava em igreja e já tinha dado a dica de que a unidade era a força do cristão, mas os apóstolos não compreenderam. (João 17,21-23).

Os apóstolos só começaram a entender (em seu íntimo) o que Jesus queria, quando vivenciaram a missão que lhes foi confiada e perceberam que o povo unido, vivendo e buscando as mesmas coisas (ser cristão), se fortaleciam na fé, na vida, na fraternidade... Já não eram mais pessoas distintas ou um povo professando uma fé... Era algo novo.

Através da experiência dos apóstolos, inaugurou-se um novo conceito, a “Comunidade Cristã”. Essa união, formando COMUNIDADE CRISTÃ, deu sentido àquilo que Jesus desejava. A igreja já não era mais um templo. Agora o povo se tornava igreja viva, como membros de um só corpo.

Paulo, o grande evangelizador, inspirado pelo Espírito Santo, de forma brilhante resumi em 1º Coríntios 12,12-31 toda essa grandeza - versículo 27 - “Ora, vós sois o corpo de Cristo e membros dele, cada qual por sua parte.”

Já não bastava cumprir o preceito, como os judeus faziam. Já não bastava mais fazer caridade ou oração individual, separado do todo. Cristo desejou mais. Uma união perfeita entre ele e as pessoas.

Essa verdade não mudou até hoje. Se passaram 2000 anos e só seremos VERDADEIRAMENTE plenos com Cristo quando assumirmos nossa fé em união com a igreja e com nossos irmãos. Quando formos Igreja, viva e atuante no mundo de hoje, para que mais pessoas conheçam essa verdade que conduz a salvação. 

João 13,34-35 - “Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. Assim como eu vos amei, amai-vos uns aos outros. Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: se vos amais uns aos outros”.

Hoje, como igreja, cabe a nós levarmos essa verdade, para que mais gente se una a esse corpo Santo, para que mais gente se una a Cristo. Para que mais gente se torne IGREJA VIVA.

Mateus 28,19-20 - “Portanto, ide e fazei discípulos todos os povos... ensinando-as a observar tudo o que vos ordenei. E eu estou convosco todos os dias, até o fim do mundo!”

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Outras passagens de apoio - Atos dos Apóstolos 2,42-47 - Hebreus 10,24-25 - 1 Pedro 4,8-11 - Gálatas 6,2 - 1 Tessalonicenses 5,14 - Filipenses 2,3-4 -  1 Pedro 2,9-10 - Colossenses 3,13 - 1 Coríntios 10,16-17