A fé ou as obras, ou ainda a fé e as obras, justificam a Salvação?
Segue abaixo reflexão retirado do site Veritatis (adaptado por Carlos)
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A primeira obra da graça que é operada pelo Espírito Santo é a conversão que realiza por sua vez a justificação (2), pela ação da graça o homem se volta para Deus se afastando do pecado e acolhendo o perdão e a justiça do alto. Segundo o ensino do Concílio de Trento, “a justificação comporta a remissão dos pecados, a santificação e a renovação do homem interior.” (cf. DS 1528; CIC § 1989).
A justificação não é merecimento humano, mas fruto da misericórdia de Deus, que foi merecida aos homens pela Paixão de Cristo, que se ofereceu livremente na cruz como hóstia viva, santa e agradável, cujo sangue foi instrumento de propiciação pelos pecados da humanidade (3). Com a justificação se estabelece a colaboração entre a graça de Deus e a liberdade do homem, ao passo que o homem se aproxima pela fé à palavra de Deus (4), que convida a este à conversão. Santo Agostinho dar a entender que a justificação é a ” obra mais excelente do amor de Deus”, com o seguinte argumento: “a justificação do ímpio é uma obra maior que a criação dos céus e da terra”, pois “os céus e a terra passarão, ao passo que a salvação e a justificação dos eleitos permanecerão para sempre” . (Cf. Sto. Agostinho, in. Johannis Evangelium tractatus, 72,3 apud CIC §1994).
A palavra “mérito” tem sentido de “retribuição devida” . Em termos jurídicos diante de Deus não há mérito da parte do homem, uma vez que a diferença do homem para Deus é infinita. Deus livremente determinou associar o homem à obra de sua graça (9), fazendo com que o homem participasse na vida cristã, com mérito diante de Deus: “A ação paternal de Deus vem em primeiro lugar por seu impulso, e o livre agir do homem, em segundo lugar, colaborando com Ele, de sorte que os méritos das boas obras devem-ser atribuídos à graça de Deus, primeiramente, e só em segundo lugar ao fiel. O próprio mérito do homem cabe, aliás, a Deus pois suas boas ações procedem, em Cristo, das inspirações do auxilio do Espírito Santo.” (cf. CIC § 2008).
Dessa forma, o homem ao se tornar filho adotivo de Deus e partícipe por graça da natureza divina, torna-se co-herdeiro de Cristo, e apto para receber a herança prometida da vida eterna (10). Contudo, deve-se notar que ninguém pode merecer a graça primeira, ou seja, o primeiro passo para a conversão, perdão e justificação é graça de Deus por ação do Espírito Santo, que exige uma resposta do homem, resposta essa que livremente pode ser positiva ou negativa. O homem pode merecer em seguida, por ação do Espírito Santo, outras graças úteis à sua santificação, ao crescimento da graça e da caridade, podendo também ganhar a vida eterna.
“A caridade de Cristo em nós constitui a fonte de todos os nossos méritos diante de Deus. A graça, unindo-nos a Cristo com amor ativo, assegura a qualidade sobrenatural de nossos atos e, por conseguinte, seu mérito (desses nossos atos) diante de Deus, como também diante dos homens. Os santos sempre tiveram viva consciência de que seus méritos eram pura graça.
Artigo completo - http://www.veritatis.com.br/print/4618
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Vê-se portanto que sem a graça de Deus não somos capazes de nada. As obras não se justificam, por outro lado, não podemos desconsiderá-las. Se somos capazes de fazer boas ações (obras), não é por mérito nosso, mas pela graça e em função do projeto de Deus.
De outro lado a fé sem obras é morta. Não é possível existir fé sem a graça das obras. As obras são consequências da fé vivida já que estão intimamente correlacionadas.
1 Cor 13,1 - “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.”
A única certeza que temos é que, por mais que façamos, por mais que acreditemos, nunca seremos merecedores do Reino de Deus, pois somos falhos e imperfeitos.
É somente pela graça e misericórdia de Deus que seremos salvos…, então, o que nos resta é ter fé (seguida de obras - [consequencia da da fé]) e clamar pela piedade de Deus.
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