Desde o Concílio Vaticano II a igreja se coloca de uma forma diferente diante de seus fiéis. As barreiras antes existentes em relação aos leigos são quebradas, e a igreja reconhece que, somente pela participação integral do povo, a igreja é capaz de cumprir a missão pela qual foi destinada.
Mais especificamente quanto a catequese, a CNBB no ano de 1983, em um impulso “profético evangelizador” já prevendo os dias de hoje, lança o Documento de no 26 - Catequese Renovada. Apesar de ter quase 30 anos, a proposta é tão inovadora e atual que até hoje as catequeses de todo Brasil sentem dificuldades em se adaptar a essa nova forma de agir e pensar que busca antes de tudo a vida dentro da catequese.
O Documento propõe que, catequistas e catequizandos deixem de lado o modelo de catequese sacramental e nos mostra que a catequese para ser eficaz tem de trabalhar primeiro a pessoa humana, buscando sua conversão e fazendo com que, a partir disso ela [ o(a) catequizando(a) ] se sinta verdadeiramente parte da igreja..., acolhido(a) pela igreja, como em uma família.
O documento ainda nos lança um desafio. Catequeses e catequistas devem deixar de lado a metodologia arcaica temporal onde catequizandos tem tempo específico para fazer o sacramento, com “cursos” pré-determinados, como em uma escola.
Primeiramente deve-se respeitar o tempo de Deus e o tempo do catequizando. Não é porque o(a) catequizando(a) está na 3ª fase da Eucaristia, ou na 2ª fase da Crisma, ele(a) vai receber o sacramento. Tem de se levar em conta o compromisso assumido, a participação durante os encontros, a preparação, e PRINCIPALMENTE acima de tudo, o entendimento espiritual do(a) catequizando(a).
O tempo de Deus é relativo. Não adianta prepararmos católicos e não prepararmos cristãos para viverem nesse mundo.
Hoje a missão do catequista vai muito além de ensinar sobre a igreja. O catequista deve ensinar o(a) catequizando(a) a viver a fé em sua vida. Somente quando o(a) catequizando(a) aprender isso, é que a hora do sacramento chegou.
O momento de fazer diferente chegou...
O mundo em que vivemos cada dia mais valoriza o “EU”, valoriza o momento e as experiências mais diversas possíveis. O “esperar”, a paciência, se tornou sinônimo de fracasso, quando na verdade, esperar é respeitar o plano de Deus em nossa vida e na vida do irmão.
Sim, temos de fazer a nossa parte e temos de dar tudo de nós, mas, acima de tudo, temos de esperar o “Dono da casa” decidir quem entra e quem sai. O tempo de Deus é diferente.
Somente um cristão pode receber o sacramento da Eucaristia e da Crisma.
Não há um tempo definido para o catecumenato, cada um necessita de um tempo para amadurecer na fé.!
Fiquem com Deus.
Carlos Garcia
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